
Atrás de Mariinha e o pula corda, a igrejinha. Há quermesse: bandeirinhas, luz de rojão que ficou no ar, cãozinho prali, pracolá, povo vestindo a tear. Um menino, remûe na testa, corre... Ao pula corda? Nada. Vem é a gritar: “Mariiinhaaa! Saiu o bolim de mio frito!”.
Mariinha nhac, nhac os bolinhos de milho da quermesse. A ponta da trança do cabelo, tibum no suco de ananás. A mãe se inclina: “Ó Mariinha, come devagá!”. O pai coça o cocoruto: “Deix’ela, coitadinha!”.
O sol bate nu’a cumeeira colonial, e um raio dele escapole pro céu e vira lua; luadia. Dois pombinhos na ponta da cumeeira quietam o facho do namoro - sob o sol e a lua - pra espiar Mariinha na rua. Ih! Ela põe língua a eles, e eles, no chispar do lápis estão na outra ponta da cumeeira; e crroo, crroo, crroo recomeçam o facho.
Praft, praft, e Mariinha volta do céu; do céu da Amarelinha. Amarelinha traçada a graveto na rua. Quiçá seja bem-te-vi, o passarinho que a vê pular. Ou um canarinhão, canarinho que o lápis borrou de não caber num ninho. Que singular passarinho! Dum lado é verde, corzinha dos sonhos dos meninos; do outro é terra, corzinha dos pezim de Mariinha.
À frente de uma casa, uma mulher de riscos magros e saia torta. Diz o tino qu’ela saiu pra ver na rua os meninos; eles no Coelhinho Sai da Toca. Braços pra cima, cabelo em cinco traços, ela ouviu de Mariinha: “Coelhinho sai da toca, um, dois, três!”. Será que a mulher sonha ser do caçador a perdida coelhinha?
“Se
aquieta, Mariinha!” ― a mãe lhe aponta a cama. Mas, ah, não! Agora a rua estava
vazia. Agora não tinha ar de graça nenhuma, e o homem fecha o caderno de desenho
das crianças. Mas, saudoso, volta ao desenho em que Mariinha dorme e diz: “Vai,
Mariinha Mineirinha, acorda. Vai!”
Marcio, tuas histórias são sempre de agradar a grandes e pequenos!Essa. mais uma!
ResponderExcluirabraços,chica
Mañana Márcio. Fantástico. Un hombre con las historias de los dibujos infantiles. Muy hermoso. Beso. Stell.
ResponderExcluirGlaucia Jose Lara Gomes
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Mariana Oliveira
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Lia Barone
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Rafael Borges
ResponderExcluirCurtiu isso. Legal Buriti!
Oi Marcio, uma linda história meu aplausos perfeito, adorei..abraço.
ResponderExcluirMARIA MENDES
Ana Soares
ResponderExcluirviajo com os seus textos..
Você consegue com suas lindas historinhas fazer com que eu volte a minha infância e sentir criança outra vez. Tenha uma boa tarde Márcio! Carinho da Cida.
ResponderExcluirVera Delpuente
ResponderExcluirlindo Buriti to precisando voltar a ser "mineirinha Mariinha" bjus
Cida Peres
ResponderExcluirUm encanto suas historinhas! Carinho da Cida.
Ceiça Lima
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Maria Mineira
ResponderExcluirMinas Gerais tem milhões de Marias, Mariinhas. Gostei tanto que vou fazer de conta que a Mariinha da história é a menina que eu fui um dia... Parabéns!
Ana Bailune
ResponderExcluirLindo, Márcio. Uma honra para mim o seu convite!
Regina Oliveira
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Juracy G. Andrade
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Sônia Iunes
ResponderExcluirSeus textos são lindos! Parabéns!
Ana Bailune, sempre impecável em sua escrita, desenhou a Mariinha sonhadora. E você lhe deu vida na continuação, descrevendo a criança que brinca e cuja observação deixa, de fato, saudade da infância. Que ela logo acorde para tornar feliz os olhos do homem que desenha. Encantador, Marcio. Bjs.
ResponderExcluirMagnífica leitura de dois escritores de peso. Passando para desejar-lhe feliz dia do blogueiro. Abs
ResponderExcluirVera del Puente
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O céu tem nuvens fantásticas, Márcio, cujas portas guardam nossos sonhos e fantasias, desenhados nas cores de canarinhos e flores. E, pelas escadas de suas crônicas, conduzidos até lá, ficamos a abrir janelas sobre as quais nos debruçamos para os olhos visitarem o horizonte infinito do coração. Parabéns por mais esse belo trabalho literário! Abraço.
ResponderExcluirVanice Zimerman Ferreira
ResponderExcluirParabéns!!Belo!!Abraços, Van.
Você sempre escrevendo com a alma e profundas palavras,poeta Márcio, seus textos são todos excelentes, já tem a sua marca de talento,aplausos! Um abraço de carinho deixo,Liana.
ResponderExcluirOlá Márcio,
ResponderExcluirLinda a apresentação da Ana bem como o seu delicioso texto, que remeteu-me a inesquecíveis momentos da infância.
Ótimo domingo.
Abraço.
Que bom nos remeter à infancia. O tempo passa mas nossa memoria afetiva guarda os bons momentos.Conceição Gomes.
ResponderExcluirNossa Marcio eu adoro contos infantis, olha só que maravilha, teu belo conto me fez sorrir pelo tempo que o estava lendo, muito bom viajar novamente pela infância, abraços Luconi
ResponderExcluirComo vai, tudo bom?
ResponderExcluirOlá Marcio,
Quanto tempo né !
Ainda bem que a vida nos aproxima através de suas histórias.
Parabéns poeta e amigo...por tudo que faz!
Saudades de vc....um beijo
Lu Santana
Boa tarde Marcio.
ResponderExcluirVocê e Ana fizeram uma linda parceria aqui, eu amo a inocência que consegue transmitir nas ações descritas... Nossa, como me lembra Minas...
Senti a poeira da corda me visitando a pele, junto com o sol a fio... rs...
Parabéns, aos dois! Um beijo em cada coração, lu.
Dalvalucia C. Oliveira
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Ysolda Cabral
ResponderExcluirmarcou com +1: Mariinha Mineirinha (Coisas de desenhos de crianças)
Como é que se pode entrar num desenho e sair de lá assim, impregnado de sons, cores, movimento e magia? Aqui pode. Então Mariinha existe e a gente a ama na horinha! Que beleza!
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