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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Ah, este silêncio!

Silêncio... 
Ah, este silêncio!
Abrigo de mistérios, 
Que nem alma? 
Enquanto em nada penso, 
Neste ranchinho beiramata, 
Vento passa e diz que o silêncio figura o nada. Prosinha de vento vadio!

Atento o silêncio profundo, 
Sem fim, 
Sem beira, 
Sem sono.

Tudo dá à luz no seu meio: 
Os anseios e seus antídotos, 
Os vacilos e suas verdades, 
Os clamores e seus clarões... 

Isentivo? 
Punitivo? 
Ah, este silêncio! 
Por mim, e sobre mim, é soberano, 
 Posto que o meu segredo de amor, 
O meu segredo de amor tão nobre, 
Não passe dum cativo no seu sótão.




Ranchinho em Ubatã, beira do Rio Grande, Minas.
 Abril de 2017.