Luísa, 6 anos, está com a sua vovó, no sítio. Acompanhamo-las com o olho da
alma, e a Vovó a leva para ver um ninho de passarinho, num pé de pitanga.
Mas que
susto! Caído ao pé da pequena árvore, um filhote se agoniza sobre folhas secas.
Com ele nas mãos em concha da Vovó, elas voltam a casa com a ideia de um ninho
de retalhos e mingau de fubá. E somando a esse cuidado, entra em ação a
assistência carinhosa da Doutora Luísa.
O paciente, ao nosso olho da alma, é
feito de pa-ciência, parece. São muitas as perguntas da Doutora, e é um tal de
“fale 1, 2, 3” e medições de temperatura e batimentos cardíacos feitos com a
ponta do dedo mindinho, de não acabar mais.
E daí, o nosso olho nem pisca: é que acaba
de chegar à clínica, cujo endereço é a banqueta da cozinha da Vovó, a
mamãe-passarinho. A mamãe havia voado pra lá e pra cá, ao terreiro. Aquele voo
que o nosso olho da alma conhece muito bem: o de assuntar.
Então ela assuntou,
assuntou e, decidida, entrou na cozinha em vruuup para acom-panhar o tratamento
do seu filhote, e pousou no ombro da médica. E o nosso olho da alma repousa nessa
cena até que o paciente ganha alta e a mamãe-passarinho o leva de volta ao
ninho que construiu na pitangueira do mágico quintal da Vovó.