Foi ao som do “Conta! Conta! 1, 2, 3 e Conta!”, que a Professora entrou na classe. E mais: a turminha só se deu pela sua presença quando ela, erguendo as sobrancelhas, quis saber que “conta, conta, 1, 2, 3 e conta”, era aquele.
Ah, mas o Tinim, menino de remoinho na testa e afiado que só ele, palavras da Professora, quase não a espera perguntar o que era aquilo: – É a Laura, fessora, que começou uma historinha e não quer contar...
Não deu outra: a Professora deixou suas coisas na mesa e ó: Ô, Laura! Conta, Laura! Aí a Laura, que sabe tudo e mais um pouco, pôs todo mundo sentado no chão e em roda, com a historinha “O raminho em flor do menino Joca”. Onde ela aprendeu? Hã! Disse o Tinim que foi com um tio dela...
Depois do “bem, foi assim”, Laura esticou a historinha. E na historinha, o menino Joca, no dia de N. Senhora Aparecida, que tinha cântico na igrejinha, pulou mais cedo na cama da mãe.
Abraçado à mãe, Joca disse que havia sonhado com seu pai. A mãe, alisando-lhe o cabelo, quis falar sobre sua separação conjugal, mas mudou o assunto para o ensaio do cântico das crianças, naquela manhã.
Joca insistiu, a mãe cedeu – porque é manteiga ao fogo o coração de mãe – e ele foi contando que viu seu pai num campo, a procurar um raminho em flor. Ia de lugar a outro e, sem encontrar o raminho, lágrimas lhe brotaram.
Era estranho. Joca via um raminho florido, mais à frente, mas não podia ajudar o pai a vê-lo. Era estranho. Joca via o pai; mas o pai não via-o. Então ele fechou os olhos e se pôs a rezar para que o pai encontrasse o raminho em flor.
Aí... Ah, aí! Aí que ele abriu os olhos, e o pai tinha acabado de colher o raminho em flor. O pai passou por ele, sorrindo e beijando o raminho, Joca esticou o braço para lhe tocar, mas nada. Acordou, nesse instante.
Agora, que Joca e seus amiguinhos ensaiavam na igrejinha o cântico a Nossa Senhora Aparecida, eis um vulto de homem à porta e, daí, seguindo à frente do claro da manhã que invadia a igrejinha.
O cântico parou, e as pessoas se voltaram àquele homem que adentrava a passo lento. O cântico parou, mas recomeçou depois que Joca correu e abraçou o homem pela cintura. “Pai!” – Joca disse, chorando.
Emoção maior se deu quando o pai tirou do bolso um raminho em flor e o ofertou a sua mãe. Estranho, mas aquele raminho era o raminho que Joca havia visto em sonho... Bom, do final feliz fica o berro que Joca soltou: “É esse! É esse, o raminho em flor que vi em sonho... É esse, sim!”.
Hola, Buriti! Otra emoción. Muy lindo! Abrazo, amigo!
ResponderExcluirEmocionante. Fez-me lembrar um sonho que tive com meu pai, depois que ele se foi. Bom final de semana! Carinho da Cida.
ResponderExcluirQue lindo Márcio ! Realmente sua ternura ao escrever seus contos é tudo de bom . Meu carinho.
ResponderExcluirPara Nossa Senhora Aparecida tudo é possível. Bela historia que reverencia ela, a nossa Padroeira - amanhã é seu dia. Adorei a sua homenagem. Foi o o que fiz hoje com a crônica '' O Que Farei Amanhã?'' mas, acho que ninguém percebeu.Ah, Marcio! (Risos)
ResponderExcluirMárcio
ResponderExcluir"Existem pessoas que não se tornam especiais pela maneira de ser, ou de agir, mas pela profundidade com que atingem nossos sentimentos."
Obrigada pelo carinho.
Você sempre escolhe o momento especial para contar a especial história e irrigar de novas emoções a nossa alma! Foi com lágrimas escorregando pelos olhos que reli a encantadora história do raminho em flor do menino Joca! Bjs na alma, grande encantador de palavras!
ResponderExcluirMarcio, sua sensibilidade é encantadora. Seus contos emocionam e seu estilo de narração nos prende até o fim da história. Adorei! Abraço.
ResponderExcluirMarcio que lindeza!!!BjZ
ResponderExcluirMarcio, que belo texto. Tão sensível que nos emociona. Quantos raminhos de flores ainda procuramos ,mas mesmo em sonho não o encontramos. Além de ser uma homenagem à Nossa Senhora Aparecida. Abraço!
ResponderExcluirAqui em minha cidade, ontem (12/10), muitos fogos explodindo o dia inteiro, sobretudo ao meio dia. Hoje, ao ler sua crônica, fiquei pensando: Que bom seria se cada explosão de ontem, virasse hoje um raminho em flor.....
ResponderExcluirEm minha cidade, ontem (12/10), muitos fogos explodiram o dia inteiro, sobretudo ao meio dia. Hoje, ao ler sua crônica, fiquei pensando: Que bom se cada explosão de ontem virasse hoje um 'raminho em flor'.....
ResponderExcluirTeu conto me emocionou, Marcio, porque eu geralmente vejo nos meus sonhos coisas que estão para acontecer. Que bom que o sonho do menino foi bonito! Adorei...
ResponderExcluirQue lindo ! Parabéns pela história, gostei !
ResponderExcluirBoa noite, Márcio. Muito bonito o texto, parabéns.
ResponderExcluirO menino certamente viu algo bom acontecendo sem saber, que foi a reconciliação dos pais.
Emocionante.
Parabéns por conseguir prender a atenção.
Tenha uma abençoada semana de paz!
Obrigada pelo carinho!
Beijos na alma.
As crianças sempre, em sua inocência, passando à frente dos adultos. Um lindo conto infantil que provoca reflexão profunda nos adultos.
ResponderExcluirA dor da separação deixou de existir quando a predestinação do menino se fez presente na vida dos pais. Um simples raminho de flores modificando através do sonho a vida de três pessoas que precisavam se reconciliar com o amor. Que todos os meninos que passem por essa problemática, possam transformar seus sonhos frustrados em realidade belas e seguras, não é, Márcio? Foi mensagem de esperança que você nos passou e com muito capricho, de modo simples e puro, que só as crianças são capazes de ter. Parabéns!
ResponderExcluirEntão de sonhos a realidade floriu em raminho. E a coisa bonita de sempre de Marcio. Um prazer essa leitura.
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