“UM
CASAL de pintinhos!”. Diz-se, e se diz do mais tenro do coração, de Vovô Zinho
e Vó Dindica, pela aura de amor que os envolve. “Aura dos sete raios profusos do
amor que os eterniza”. Raios que vão do azul-rei ao violeta, com o branco-cristalino
reservado à casinha ao pé da serra, onde eles vivem. A casinha que, à primeira
luz da manhã, é vista do caminho como um poço de gardênias ao pé da serra. E juram os versos mais sensivos da Poesia, que, à noite, a lua branca e desnuda e
soberana, doa à casinha todo o seu facho de luz. E é ao terreiro da casinha, à
sombra de dois manacás lilases e brancos, que Vovô Zinho fala do seu bem querer
à Vó Dindica. E fala que o pé de luz que neles nasceu foi por eles terem-se
gostado como um menino gosta de uma menina; porque eles apenas se gostam e pronto. Um gostar sem as arestas das perguntas e as quinas da cobrança, completamente
ilhado da desconfiança. Um gostar em que um coração bate tum! e o outro
responde tum! Como o que há entre os pintinhos no terreiro... Que nem os pintinhos
no terreiro, porque um pia piu! e o outro responde piu! Foi por eles terem-se
gostado sem planos e sem inventos que adornassem o gostar, posto que o amor seja
um ponto de brilho, em sete cores, cravado ao meio da mais escura montanha.
Foi por eles terem-se gostado ao ponto em que, separados por um minuto, se vive
uma eternidade de carência. E foi um gostar assim que nem os pintinhos no
terreiro: se um crava o bico num grão, a metade é do outro. Foi por
eles terem-se gostado sem levar em conta o que foram ontem e o que serão amanhã...
Mas pelo toque de mãos do agora de sempre. Um gostar desprovido de ambição da
posse desmedida de corpos. Assim como o gostar das crianças; ou que nem os pintinhos no terreiro, que, depois de correrem aqui e acolá, se encostam,
por instante, um no outro, e ficam de asinhas quietas, sem piar... É esse o
instante eterno em que eles se gostam.
Que lindeza a descrição desse amor!
ResponderExcluirMas, pelo toque de mãos do agora de sempre... Mãos de Márcio, de encanto, que nos faz viajar e nos delicia com doces histórias, sempre, sempre, sempre! Parabéns Márcio! Abraços
ResponderExcluirBom dia, Marcio. Ainda sob o efeito do encantamento de seu texto, tentarei comentar: um gostar assim é o gostar - aliás, o único - que deveria existir entre as pessoas. Maravilhoso demais...
ResponderExcluirO verdadeiro amor só pode mesmo ser descrito com o lirismo, a poesia e a delicadeza encontrados neste texto. Parabéns, Márcio.
ResponderExcluirAh, Márcio! Você escreve com tanta pureza e doçura que enternece o coração da gente de forma tão intensa que ficamos sem saber o que comentar. Que Deus continue lhe inspirando cada vez mais. Um carinhoso abraço, da amiga e fã pernambucana, Ysolda Cabral
ResponderExcluirAdorei teu blog e adorei essa historia. Como sempre voce nos entrega muita sabedoria, ainda que escondida numa historia terna e delicada. Forte abraço. Beijos da Marilise
ResponderExcluirMarcio
ResponderExcluirGostei muito de seu blog e, adorei a estória ou história (não sei) do casal de pintinhos...quanta sensibilidade no seu relato..parabéns! Um grande abraço da
Izabel Christina
Bom dia meu amigo querido. Me emociono com a tua sensibilidade, sempre e cada dia mais... Parabéns! Um beijo em teu coração, fica com Deus, lu.
ResponderExcluirQuer saber? Uma maravilha!
ResponderExcluirBeijo, querido!
Anaclara Melina
Márcio, que beleza, menino! Lindo, lindo! Beeeijo!
ResponderExcluirAna A. Rodrigues
Muito bom, mas muito bom mesmo.
ResponderExcluirCarlos Rodrigues Gondim
Rafhaela Borges
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Márcio, que beleza, Márcio! Cada texto seu é mais bonito que o outro, que coisa! Beeeijo, meu lindoooo!
ResponderExcluirKeyla Beatriz
É de um gostar assim que todo mundo precisa pra ser feliz: sem as arestas das perguntas, sem as quinas da cobrança, ilhado da desconfiança. Mas duvido que alguém já o tenha descrito tão bonito assim, como Marcio o descreveu. Coisa de quem sabe, então nem se discute. Parabéns!
ResponderExcluirMariana de Oliveira
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Linda e profunda a essência do texto, abraços
ResponderExcluirUm gostar sem arestas, bjus
ResponderExcluirVera Del Puente
Fátima Galdino
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Aline Alves Ferreira
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Ana Santos
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Eu recomendo!
ResponderExcluirYsolda Cabral
Samir Maia
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Meu tio lindo escritor te admiro demais!
ResponderExcluirÉlida lemes da Silva Borges
Gisselda Pereira Borges Cassiano
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Marcia Kaline Azevedo
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Ana Santos
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Lilian Regina
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Bom dia Marcio, bela prosa, um amor encantado, colorido que pincela com emoção, cada palavra, cada frase, parabéns pela sensibilidade!Um amor assim é difícil de ser encontrado e vivido em sua plenitude. Tua prosa suaviza as dores do coração. Um bom feriado! Abraços, Van. Lindas músicas.
ResponderExcluirBom dia Marcio, belíssima prosa, suaviza as dores do coração. Bom feriado! Abraços, Van,
ResponderExcluirVanice Zimermman Ferreira
Uma prosa fantástica! Seu estilo é mesmo de sua propriedade, Márcio. Narrativa com poesia natural e emocional... Lindo!
ResponderExcluirNathalia da Cunha
Lindo e perfeito como sempre, querido Márcio!
ResponderExcluirRegina Bertocelli
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Rosangela Jacinto
ResponderExcluircurtiu QUE NEM OS PINTINHOS NO TERREIRO
Nossa, um dos textos mais lindos que tenho lido. Lindo messssmo. Bjo,
ResponderExcluirAnna Cury
Marcio, amor mais que perfeito, terno, lindo, encantador. E descrito com essa magia que você coloca em tudo. Um show! Abraço.
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