Caiu na busca, nesta rua comprida e torta e tosca, que traça com esmero o perfil de quem se joga nas suas calçadas, entre bêbados e rudes e súditas a atracar os homens a seus decotes: “Oi, homem bonito, tem aí um cigarro?”
Exausto do vaivém, para à luz de uma fresta de janela de quarto e lamenta que o número só exista na palma da sua mão. Do quarto, escapam risinhos e gemidos tão lhe desditos, que ele sai do foco da luz para se recompor do “Será?! Não, não pode ser!”.
Segue teimando na busca. Faltam alguns minutos para amanhecer, e dia claro o esforço é em vão, pois a rua é a Sem Sol, de sem-sal, um salão de fantasmas. Mas meu Deus, a que número chamar, ou invadir? E, se assim, que porta de quarto arrombar?
Eis o dia! Lá se foram os bêbados e os rudes e as súditas frouxas de affair. Eis a Rua Sem Sol! Mas ele não desiste da busca. Não quer ser sonhador desvairado, o que vê baldado o pedido de um filho. E ontem, ao se deitar, seu filhinho entrou no seu quarto e pediu: “Pai, busca a minha mãe pra casa? ”
MARINA ALVES
ResponderExcluirAssim como se tem Rua do Sol, se tem também Rua Sem Sol. E quem por esta vagueia, indo à procura de seus perdidos sabe a dor que lhe avassala a alma. Desta dor, entende bem, e melhor ainda, quem leva consigo a súplica de mais alguém. E você, Marcio, com toda a sutileza e ternura que lhe são peculiares trouxe à tona um fragmento desta dor. Chico cantaria bonito uma canção nesse tom. Parabéns por esse talento especial de apreender com tamanha sensibilidade o que lhe chega da vida, na voz das gentes, nos gritos das ruas. Abraço.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Marta Maria
ResponderExcluirMenino, que bonito. A Régia me falou das suas publicções. Lembra da sua redação sobre música que parou o colégio? kkkkk. Vou ler todos os seus textos aqui, Márcio. Comecei com este, e ele é forte, muito bem escrito, com talento. Saudade menino. Beijo.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
17/06/2015 08:37 -
ResponderExcluirElenlemes
muito bem escrito, triste e bom de ler. mas é um dos casos da vida, a vida tem disso e voce escreveu muito bem. Beijo. obrigada.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Carol L. Silva
ResponderExcluirBonito mesmo. eu fiquei procurando o que ele buscava. O fim triste é demais, um choque. Um texto ótimo. bem feito. Beijo.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
igs
ResponderExcluirMeu amigo poeta que crônica é linda a inspiração, mas você tem o puder de sedução tudo está em tua mãos, meus parabéns e uma excelente quarta feira...israel
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Ana Bailune
ResponderExcluirBom dia, Márcio. Uma linda crônica! Há tantas ruas sem sol pelas cidades, e acredito que em toda cidade haja pelo menos uma... a gente sente a dor do menino e a (des)esperança do pai ao procurar por ela... acho que no fundo, ele espera não encontrá-la. Adorei a história e fico feliz por ter gostado dos meus versos. Abraços e bom dia!
Para o texto: Na Rua Sem Sol
ELIE MATHIAS
ResponderExcluirINTERESSANTE E MAGNIFICA CRÔNICA.UM ABRAÇO POETA.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Simplesmente Romântica
ResponderExcluirPela primeira vez na sua página. O que dizer, nem sei! Talvez que tenha lido, relido e depois sorvido todo o teor de um texto magnífico, escrito por alguém que sabe como transmitir emoções, pois cada palavra, deixou em mim o vazio de também ter enveredado na busca dolorosa de um ser, desejando ardentemente não encontrá-lo, para não sofrer ainda mais! Meu abraço poético e a certeza de que aqui acabei de encontrar um grande escritor no Recanto!
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Dione Fonseca ( Mamuzinha)
ResponderExcluirQue lindo triste texto Quem ama não esquece, Filhos não esquecen mães.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Ed O. Lemes
ResponderExcluirUm texto de categoria. E será que ele foi buscazr por ela só pelo pedido do filho? Você descreve muito bem a situação. e a rua sem sol, hein. Abraço, Ed.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Fábio Brandão
ResponderExcluirUma crônica que coloca o dedo em algumas feridas,mas aponta algumas soluções também...Um abraço e felicidades...
Para o texto: Na Rua Sem Sol
EdelW Teixeira
ResponderExcluirGrande amigo esccritor Buriti. Está escrevendo muito. Precisa pescar pra escrever mais. Parabéns.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Jacó Filho
ResponderExcluirBelíssimo e chocante... Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Livia
ResponderExcluirmuito bonito e forte, dá impacto. parabéns!
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Meire Perola Santos
ResponderExcluirSensacional abraços poeta aplausos
Para o texto: Na Rua Sem Sol
- Lianatins
ResponderExcluirFicou bem interessante sua crônica poeta Márcio,adorei a história,parabéns!Uma ótima noite cheia de paz,Liana.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Rafaela Rafita Leme
ResponderExcluirÉ bonito, é solitário, é verdade, é forte. É um dos retratinhos da vida, caro Marcio. Muito bem escrito. Parabéns,
Para o texto: Na Rua Sem Sol
régia oliveira
ResponderExcluirverdadeiro pode ser alegre ou triste. este é triste e bonito pela forma que foi escrito. meu beijo, continue assim.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Alkas
ResponderExcluirUma história triste e verdadeira... quantas perdidas na rua sel som... quantas lembranças na rua da saudade... grato poeta pela visita, saudações,Alkas.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Mamma
ResponderExcluirUma crônica iluminada pela imaginação prodigiosa de um escritor magnânimo. Parabéns, caro amigo! Obrigado por suas palavras tão gentis e incentivadoras. Um abraço amigo!
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Aragon Guerrero
ResponderExcluirBonita crônica, Márcio ! Retrato de um mundo paralelo, que merece ser olhado com mais delicadeza e brandura pelas pessoas, e não com desprezo. Como você tão bem mencionou, parafraseando a colega Ana Bailune ; "Há muita coisa sob lápides e vidas". Parabéns amigo, por esta escrita tão humana! . Obs :Te agradeço a leitura de "Dão", e as tuas palavras de motivação , fiquei feliz !
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Maria Mendes
ResponderExcluirBom dia poete, uma crônica inteligente e muito bonita, gosto da forma que escreve é interessante e traz uma bela leitura, abraços. Parabéns amigo poeta.
Para o texto: Na Rua Sem Sol
Miguel Jacó
ResponderExcluirBoa tarde Márcio, o teu texto nos evidencia que a vida é conflituosa, e que o transeunte precisa se organizar por um determinado grau de prioridades em suas rotinas, parabéns pela excelente crônica, um abraço, MJ.
Jeane Diogo
ResponderExcluir"Pai, busca minha mãe para casa?'... quanta sofrência há neste pedido! Na rua sem sol ele busca...Adorei sua crônica linda e única, pelo seu conteúdo, Marcio. Aplausos! Beijos no coração. Fica com Deus, sempre! Tenha um bom dia.
ViniLemes
ResponderExcluircada um melhor. legal que acompanhei toda a busca. dá pra ver. muito bom mesmo. abraço.
enita
ResponderExcluirLi duas vezes. ótimo, manda mais.
Dolce Vita
ResponderExcluirExcelente!
Lydiene Maryen
ResponderExcluirUUAAUU!!! Sua inspiração é dolorida mas; reflete muito bem os becos da vida que muitos se acham desvalidos.... e um a criança sem a mãe ah, quando dor em chamamento d'alma.... Mui Grata por seu carinho em mina página que muito me envaidece. Amei! Carinhosamente beijos mil-Ly.
Teca
ResponderExcluirEmocionante, bela crônica, amigo!
Wanda Morbeck
ResponderExcluirNossa MarcioBuriti Textos, que realidade bem escrita é descrita
Parabéns meu poeta ! Meu carinho
Carlos Rodrigues Gondim Gondim,
ResponderExcluircurtiu isso.
João Carlos Silvério Duarte
ResponderExcluircurtiu isso.
Carolina Gomes
ResponderExcluircurtiu isso.
Fatima Galdino
ResponderExcluircurtiu isso.
Mario Arita
ResponderExcluircurtiu isso.
Como foi bom para mim a vida desses instantes magicos que me concedestes viver, prosador poético, literato Márcio Buriti! Envolveste-me, corpo e alma, em tua tocante transfiguração de ser humano às escrituras! Aplausos mais, nobre amigo!
ResponderExcluirUm dos maiores Sonetistas do Brasil, de quem eu tenho o maior orgulho (até por andar com seu livro no carro) de ser considerado por ele como amigo. Sua presença é muitíssima importante para mim, mestre Odir! Abraço!
ExcluirE ainda diz que não é Poeta! Que coisa!
ResponderExcluirE ainda digo, querida Ysolda, que não sou poeta, que não tenho o mínimo de Ysolda e seu mar. Meu coração é que lhe agradece pela visita. Abraço!
ResponderExcluirGisselda Pereira Borges Cassiano
ResponderExcluirParabéns,,,,pelo conto maravilhoso muito gostoso de ler,,,emocionante,,,,
Os grandes escritores nos emocionam com os seus escritos, sempre..
ResponderExcluirParabéns MarcioBuriti Textos.
Alice Pinto.
Lucia Narbot,
ResponderExcluircurtiu isso.
Claudia De Oliveira Alves,
ResponderExcluircurtiu isso.
Dilce Nery Toledo
ResponderExcluircurtiu isso.
Mario Arita
ResponderExcluircurtiu isso.
Márcia Kaline Azevedo
ResponderExcluircurtiu isso.
Vera del Puente
ResponderExcluircurtiu isso.
Glaucia Jose Lara
ResponderExcluircurtiu isso.
Argumento muito bem desenvolvido. Parabéns!
ResponderExcluirOlá, Dolce! Que prazer ter você aqui! Muito contente com sua visita e comentário. Abraço!
ExcluirLIANATINS POETISA
ResponderExcluirmarcou sua postagem com +1
Na Rua Sem Sol
Muito bonito!
ResponderExcluirMario F. Rossi
Forte. Sensacional!
ResponderExcluirAndréa Figueira
Onde se lê um texto tão expressivo assim? Receba meu abraço de parabéns, querido Márcio. Beijo!
ResponderExcluirRenata V. Mathias
Que situação, hein? E você a descreve com muita categoria literária. Parabéns!
ResponderExcluirFernando Beltrão
Fortíssimo! Que situação! Será que ele quis mesmo buscar por ela naquela rua? Meu Deus! Texto que deixa a gente a pensar, Marcio. Beijo, lindo!
ResponderExcluirDeborah Cavalinne