Esta historinha é da minha estrelinha Gabriela Ferro Oliveira
São quatro os meninos sentados no chão da sala: Dorinha e Deco, Duda e Dinho, escadinha dos oito aos onze anos. Brincavam de figurinhas do Sítio do Pica-Pau Amarelo? Parece. O certo é que dava encrenca a todo o momento.
São quatro os meninos sentados no chão da sala: Dorinha e Deco, Duda e Dinho, escadinha dos oito aos onze anos. Brincavam de figurinhas do Sítio do Pica-Pau Amarelo? Parece. O certo é que dava encrenca a todo o momento.
Da cadeira de balanço, às voltas com óculos, novelos e agulhas, Vovó Lucília os espiava sem entender nadica. E em nova encrenca, ela disse: “Ah, lembrei! Lembrei-me de uma historinha, a Ventinho de Chuva... Já contei esta?”.
– Nããão! – eles responderam juntos, rodopiando para o lado da Vovó.
Aí, pronto: a Vovó deitou os óculos e as coisas no colo, passou as mãos no rosto e ó, tome historinha Ventinho de Chuva.
Ela contou que, num dia lindo, em que as estrelas ficaram acordadas pra passear pelo azulão do céu... Daí, tudo se acinzentou. Ficou feio; cinzentão. Além disso, ouviu-se um vento esquisito, nas matas: “Vuuuxiiivuuu!”.
Aí havia uma casinha de pedra. E que a Vovó da casinha abriu um tiquinho da janela pra ver o mundo, viu a Teca, uma pombinha, encolhidinha, ao terreiro. Teca disse: “Oh, Vovó! Deixa-me entrar, Vovó... Tá frio demais”.
Ih! Depois de Teca, o Guazinho, o filhote do lobo Guarão; a Vita, uma coelhinha... Quem mais? Ah, o Preguim, um mico guloso; o Zeca, um papagaio exibido de dar dó; e até a Rosita, uma florzinha do campo que se perdeu da sua mãe.
Ainda bem que a Vovó tinha de um tudo: água nos potes, lenha de fogo, arroz e feijão até. Mas os cachos de banana, o Preguim, guloso que só ele, ó... Com casca e tudo.
Aí, numa manhã, o vento Vuxivu sumiu. A Vovó disse: “Gente, agora, parece, é um ventinho de chuva que está vindo... Estão sentindo o fresquinho?”.
– É mesmo, Vovó – disse o Zeca, tagarela, se balançando pro lado dela.
Aí, que saíram, olha só o que viram: uma estrelinha amarela, oh, coisa linda, a puxar o ventinho de chuva. E mais: a estrelinha, que viu Rosita, voou até eles e disse: “Oi florzinha, meu nome é Gahbi. Vem puxar o ventinho de chuva comigo, vem?”.
Bom, Rosita se foi com a Gahbi, puxando com ela o véu da chuvinha, e as cores brotaram no mundo. Só que houve uma coisa: a estrelinha Gahbi não mais puxou o ventinho de chuva, e a florzinha Rosita sumiu da casinha da Vovó...
Nessa hora, Vovó Lucília fechou a historinha, comentando: “A estrelinha Gahbi pediu ao Pai-Mãe das Estrelas para nascer menina na Terra. E ali, pertinho daquela Vovó, nasceu uma menina – oh, menina linda! – com o nome de Gabriela. E no quarto dessa menina nasceu uma florzinha... O que vocês acham disso?”.
Dorinha, Deco, Duda e Dinho responderam sem pensar: “É a estrelinha Gahbi e a florzinha Rosita”. Em seguida, pediram outra historinha à Vovó Lucília. A Vovó disse “Depois conto”, e pintou encrenca no meio da sala.
Com certeza a estrelinha Gahbi Gabriela adorou ganhar esse historinha linda. Parabéns Márcio por mais essa! Adorei!!
ResponderExcluirLinda historinha, com gostinho de quero mais...
ResponderExcluirParabéns à você e à sua estrelinha Gahbi. A historinha ficou linda! Um abraço.
ResponderExcluirTodas as suas histórias prende a atenção, principalmente, pela sua maneira meiga de narrar. A gente se sente criança facilmente e quando termina de ler, ficamos chateados e entristecidos e querendo mais. Abraços, Márcio! Obrigada pelo carinho de sua visita e comentário, bem como, pelo apoio a corrente de oração pela saúde do Poeta Luciê Ramos, o nosso Puetalóide.
ResponderExcluirBom dia Marcio, adoo vir te ler como não me canso de falar és muito talentoso maigo, suas hist´rias e contos tem muita criatividade e leveza, meus aplauso para vc ficou divino, abraço.
ResponderExcluirMaria Mendes
Lindinha a historinha da Gabi.
ResponderExcluirBelíssima história, Márcio!Muito boa de ler!
ResponderExcluirQue o dia dos pais tem sido perfeito pra voce!
Parabens!
Beijos.
Que lindinha a história! Tenho um sobrinho neto que ama contos e na primeira oportunidade vou ser a sua vovó Lucilia (rss). Felicidades mil para sua estrelinha. Abraço.
ResponderExcluirEstrela, estrelinha do céu, faz-me ficar pequenina, pequenina e me joga nos braços da vó querida. A florzinha nunca mais murchará!
ResponderExcluirLindo. lindo. Só você com seu talento incrível
Adorei!
Envolvente, delicada e linda história, com metáforas tão especiais quanto as crianças e a vozinha que que dão cor e perfume a esse jardim de palavras, onde me perco a colher as mais raras flores: a estrelinha amarela Gahbi puxando o ventinho de chuva, a florzinha Rosita que foi com a Gahbi puxar o véu da chuvinha...
ResponderExcluirAhhhh, quanta doçura em cada palavra, quanta magia em cada cenário e contexto que você cria! Obrigada por resgatar em nós a criança que às vezes continua se escondendo dos "ventos esquisistos" ou que busca o "azulão do cèu" atrás do "cinzentão" que escondeu as estrelas que permaneciam acordadas de susto e temor! Hoje, mais que aplaudi-lo, desejo que Deus continue concedendo-lhe sempre e generosamente essa luz com que você nos presenteia através de suas belas em prosas poéticas. Bênçãos e sucesso!
Muito linda a historinha. Vou contar tudo aqui,na hora de dormir. Beijo, Márcio.
ResponderExcluirEsther
Oba, que historinha linda, Márcio!!! Beijo!
ResponderExcluirIsabel Miranda