Nunca, sozinha.
Sou avó de tudo.
Até do vento, vagamundo batedor de janelas.
Nunca, silêncio.
A vassourinha suspira xep-xep-xep pela casinha.
Pego e abro a porta: nheeec!
O vento escuta.
Ouvido do vento é que nem o do Saci
Aí a poesia do varrer a casinha perde versos.
É que o vento é travesso.
Moleque!
Borrecido!
Dou-lhe vassourada.
Ralho “toma tipo, siô!”.
Ele se some por aí.
A vassourinha suspira xep-xep-xep pelo terreiro.
E não é que o danado do vento volta no galope da teimosia?
Pirracento, ai, ai, esbandalha o cisco: foias e gravetos no ar.
Faz peripécias do cisco.
Faz peripécias de mim.
Mando passear nos morros.
Ele se some por aí.
Mas hoje sumiu, sumido.
Dei de ombros sem querer qu’ele fosse: “Importa-me lá!”
Tardezinha, ponho os pés no chão fresco do pé de amora.
Mas que é do vento?
Pego e abro a porta do meu coração: oooh!
O vento escuta e vem-me adular na nuca.
Eh, eh, acho bom o seu soprinho.
Até me rio pr’ele não ver, eh, eh.
E digo pra mim pr’ele não se convencer:
“Some de mim mais não, seu travesso”.
Hola, Marcio. Día claro aquí y leer la prosa de la abuela. Muy buen texto. Un abrazo. Beso, Joan.
ResponderExcluirMomentos de dialogo com o vento travesso.
ResponderExcluirEm dias de ventania é muito pior pela teimosia
Amigo Marcio, gran texto, muy sensible, natural y poético. Texto de los más bellos libros he leído en los últimos meses. Mi abrazo. Mi beso, Marcio. ¡ Felicidades! Stell.
ResponderExcluirIanie Davi
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Laura Rodriguez
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Marbelis MM
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Ângela Santos
ResponderExcluirQue delícia um ventinho! Bj no seu coração!
Marcio, coisa boa é ler, logo ao comecinho do dia, esse namoro "bão" do vento com Vovó Isaura. E a gente sabe que a birra é só mais um jeito diferente de amor, pois mesmo que o travesso esbandalhe o cisco no terreiro, Vovó não quer dar pela falta dele. E quem mais contaria essa história-poesia melhor que Marcio? Ninguém. E eu gosto, gosto muito de ler essas travessuras bonitas que Marcio conta. Parabéns, abraço.
ResponderExcluirEmilio Fernandez
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Oi Márcio,
ResponderExcluirMe fez lembrar de minha avó, que varria o quintal de chão batido com uma vassoura feita de um mato chamado vassourinha . Me lembro que ela discutia com o vento.rs
Segundo ela, era para não levantar tanta poeira.
E é essa simplicidade em seu contos, que nos encantam tanto como a simplicidade de outros tempos.
Beijos
Ariadne Cavalcante
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Mar V.
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Mais uma belezura deliciosa de ler, Márcio.
ResponderExcluirAbraço.
Aline Alves Ferreira
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Marinalda Ávila
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Seu estilo é único, Márcio! Parabéns!
ResponderExcluirVovó, sempre a vovó encantando nossos caminhos. No texto, ela não conta estórias, não remenda retalhos, nem dá conselhos aos netinhos. Simplesmente com sua teimosia e birra empresta à poesia de Márcio uma de suas artes do dia-dia.
ResponderExcluirParabéns, querido Márcio, pelo jeito tão seu de nos envolver em seus escritos.
LIANATINS POETISA
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Relembrando Livia
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Antonio Vendramini Neto
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Olá Márcio,
ResponderExcluirPensei que havia novidades por aqui. Que tal atualizar com um de seus encantadores textos?
Obrigada pela visita e comentário. Gosto muito de vê-lo em meu recanto.
Felizes dias.
Abraço.
Vera Lúcia Duarte
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Vento, sempre faz bela parceria, com o poeta, ambos tem alma plena de sensibilidade. Sim, vento tem alma, prova disso são seus belos versos. Lindo tudo aqui, Marcio
ResponderExcluirVera Lúcia Duarte
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Ceiça Lima
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Helder Gonçalves
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Lenapena Victorino
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Prosa carinhosa, relação da vovó com o vento. Muito legal. Abraço, Marcio.
ResponderExcluirLeonor Braga
Esplêndida essa dupla Vovó Isaura e o Vento Travesso. Gostoso demais de ler. Parabéns!
ResponderExcluirDalline Silva
Quanta ternura! Quanta poesia na casinha da vovó Isaura... Lindo, Márcio, lindo. Beijocas,
ResponderExcluirSolange SSP
Márcio, eu que encontrei essa vovó... que lindo, lindo, lindo essa briga de amor dela com o vento, márcio,,,,, Lindo!
ResponderExcluirAyla Vanessa
Bonito demais, meu Deussss. Beijo, nosso lindo escritorrr.
ResponderExcluirCamilla Fernandes