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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Retrato pensado

Para Manfrini, no seu grande dia, e Alexandre, pequeno príncipe chegando de bela viagem em abril.


“De cor em cor.... Que tom tem o amor? Ah, tem gente que acha que é azul, tem gente que jura que é vermelho, mas que tem cor, isso tem! E se amor tem cor, carinho também tem. Carinho tem carinha de irmãozinho que vem vindo... E a cor desse carinho é a cor que a espera queira dar. Que venha então assim tão colorido, como queiram os olhinhos de Gabi...” Marina Alves, pedagoga e escritora.


(Do diálogo de uma menininha com.... Ih, com quem ela fala?).


   Aaah! Meus lápis ‘tão esquisitos.... Aponto, xap, xap, xap, e aí, ó, o Branco já quebra a ponta na hora da nuvem de chuva. O Azul também não quer chuva. Se ele se molhar, ele perde o céu. Gosto do Azul, do Branco, de tudo. Mas o Azul é exibido, que nele tem anjo. E acho que o Branco tá falando u’a coisa: “O Azul é meu amigo. Ele precisa de mim, que sou nuvem. Mas não de chuva, porque nós queremos brincar”. Ah, o Branco não gosta de ninguém, só do cabelo do meu . E o Preto tá falando que a bola de jogar bola tem de ser da cor de feijão com arroz. 1, 2, feijão com arroz! Ah, sabe o Grená? Sabe o Verde das folhas? Eles pintam camisa de futebol. Mãe, ê! Ih, minha mãe não.... Ah-qui, o A.ma.re.lo! Não pinta olho, não pinta pele, só cabelo e pipa. Mas o cabelo do Alexandre não é amarelo. Hã, hã. O Amarelo também é exibido. Só porque é o sol. E o cabelo do Alexandre é o Marrom. Mas tem o Branco nele. Sabe luzes, no cabelo? Então, tem o Branco. Ih! Tem u’a coisa que não sei: o carinho, que mi’a mãe fala.... Qual é o lápis do carinho?.... Mãe, ê! (....) Xeu ver .... Aaah, então é esse, e esse, e esse, e mais esse. O carinho é de toda cor, pronto. Mãe, ê! Vem ver o Alexandre com a bola, qu’eu fizzz! Ih, mãe não escuta...


[Nota: Mãe escuta, sim, Gabriela. E como escuta! Mãe escuta que nem passarinho. Tanto que ela estava atrás de você, quando você terminou o desenho pensado do Alexandre. É que mãe, às vezes, está tão ocupada, e, às vezes, ao nadar em lágrimas, como está a sua mãe, ela demooora a responder. É isso. Só isso]